domingo, 27 de abril de 2008

Um diagnóstico da Solidão

Quando estamos sozinhos, normalmente ansiamos pela companhia ou pelo amor de outra pessoa. Ficamos tristes, achando que estaríamos mais felizes se tivéssemos alguém em nossas vidas. Queremos ser amados por uma outra pessoa. Surge uma urgência em ser amado. Essa urgência é sinal de que estamos com medo de não sermos amados em tempo. É como se uma porta estivesse se fechando e precisássemos correr para pular para fora antes que ela se feche para sempre. Na verdade, essa urgência em ser amado ou amada gera um fechamento inconsciente à possibilidade de ser amado(a). Em algum lugar no fundo de nossas mentes está o medo do amor e/ou o medo do que significará ser amado. Podemos já ter sido magoados, abandonados ou rejeitados no passado, e embora consigamos nos convencer de que isso tudo já passou, o fato de estarmos sós prova o contrário. Ficamos sem vontade ou incapazes de receber o que mais desejamos por medo do que poderá acontecer.
A solidão consiste em se fechar àquilo que você mais quer. Você não pode ter amor de seu coração está fechado. Não pode ter liberdade se não dispõe a fazer escolhas. Não pode ter prosperidade se tem medo dela. Não pode ter paz se acha que ela significa abrir mão de algo essencial à sua sobrevivência. A ausência de todos essas potenciais virtudes está na raiz da sensação de solidão. Na maioria do tempo, não nos damos conta de que estamos fechados. E, como não sabemos disso, ficamos procurando e desejando justamente aquilo que acreditamos não merecer. Este é o verdadeiro significado da solidão. Nós nunca nos sentimos sós com relação a uma pessoa ou coisa, mas quando estamos buscando uma experiência que acreditamos não poder ter. Quando você perceber que está se sentindo só, abra o seu coração. Peça para ser inundado(a) de amor. Quando sentir esse amor, respire algumas vezes, conscientemente. Deixe o amor invadir todo o seu ser. Quando conseguir isso, abra o seu coração para a experiência do amor, e tudo o que você acha que deseja surgirá, de forma até milagrosa.
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Texto baseado no livro de Iyanla Vanzant, "Um Dia Minha Alma Se Abriu Por Inteiro"

sábado, 26 de abril de 2008

COMPETIÇÃO

Em nossa sociedade capitalista, a competição é sinônimo de luta, de conflito, de oposição. É sinônimo de uma "guerra" antipática para vencer o outro, destruindo-o, desestruturando-o, se possível. O capitalismo, como qualquer sistema humano (embora não focado no Ser Humano), constrói suas próprias representações, dá seu próprio sentido às palavras e aos contextos. Em nosso processo de socialização nos deparamos com expressões que ganham um sentido particular e conveniente para os interesses do sistema capitalista. E esse "mundo" é internalizado e de difícil detecção por nós ao longo da vida, uma vez que ele é reforçado em todas as instituições e grupos formais e não-formais que participamos.
Um exemplo de uma palavra cujo sentido foi distorcido historicamente pelo capitalismo e, como se não bastasse, ainda foi usado como um dos pilares lógicos de sua existência, é o termo “competição”. A origem dessa palavra é anterior à formação do sistema capitalista e, graças a esse "detalhe", pode-se resgatar seu significado verdadeiro e, com ele, questionar, ampliar o sentido do que nos foi imposto como realidade inquestionável, restrita e empobrecida.
O termo “competição” deriva do latim competere - uma coisa ir ao encontro de outra, ser adequado, pertencer; petere significa dirigir-se a um lugar, aspirar; ansiar por uma contínua superação. O prefixo com- é junto, unido. Então temos, competere = ir a algum novo lugar com alguém, auxiliado por alguém. Por isso, o sentido da competição é que um indivíduo se torne adequado, apto para enfrentar os desafios que a vida nos apresente, superando-se (competência) a partir de uma ajuda mútua com outros.
Percebe-se a diferença entre o sentido original da palavra e o que foi inculcado em nós ao longo de nossa vida.
Toda competência é encontro. No encontro, duas ou mais pessoas se "confrontam", "chocam-se" para elevar-se mutuamente de posição em que se acham. Assim, encontro é co-participação, intercâmbio e crescimento. Daí decorre que a competição deveria ser vivida, assumida e dignificada como uma excelente forma de cooperação.
Competir é Cooperar!
Cooperar é trabalhar com. É colaboração mútua. É ser sócios na construção da catedral existencial em que nós, cada ser humano, deveríamos transformá-nos.
Dois rivais, ao competir entre si, estão exigindo e exigindo-se a dar o melhor de si. Ninguém como o adversário nos incita a chegar ao cume de nosso verdadeiro valor. Esse deveria ser o enfoque.
Desse modo, o adversário perde a máscara de inimigo fortíssimo e nele se desvela o rosto de um insubstituível e insuspeitado aliado.
O "oponente" é, mal comparando, como o piso que, ao oferecer-nos resistência, nos dá a possibilidade de afirmar-nos e, assim, continuar nosso caminho. Sobre um piso delicado demais, frouxo, que não opõe resistência, torna-se impossível caminhar, porque afundamos, caimos, tropeçamos.
Infeliz aquele que nunca encontra oposição naquilo que realiza, pois precisará de incentivo e apoio para desenvolver-se. Por isso, como afirma o Dr. Mariano Grondona, a competição é o estímulo para que se consiga ser o próprio eu, ser eu mesmo.
O "oponente", como o piso, não imprime direção ao movimento que estamos desenvolvendo, pois a direção é determinada pela própria pessoa.
Dessa maneira, a competição, não é mais que uma excelente oportunidade de dar o melhor de si mesmo, de manifestar o dom de pessoa que cada um traz consigo.
Como não ficar feliz se estou tendo uma oportunidade de superar-me, colaborando com outros?
O homem medíocre considera a competição como destruição.
O homem elevado concebe a competição como superação.
O homem superior julga a a competição como cooperação.
por isso:
Para o homem medíocre, o oponente é um inimigo.
Para o homem elevado, o oponente é um adversário.
Para o homem superior, o oponente é um aliado.
Temos, então, uma oportunidade excelente e inédita de desconstruir um sentido e construir outro. Um novo sentido mais humanizante, mais colaborativo, infinitamente mais sociável. Um sentido para o competir onde se vê refletido o crescimento pessoal em um processo contínuo de desenvolvimento mais amplo e pleno, de um crescimento social e individual. Percebendo e vivenciando esse aperfeiçoamento como causa e não como consequência distorcida pelo sistema capitalista.
Um grande abraço e espero que você possa enviar suas críticas e pontos de vista sobre esse assunto.
Esse texto foi fortemente baseado no livro de Gabriel Jorge Castellá, 20 Formas Sadias de Responder ao Insulto.

OS NOVOS TERRORISTAS DA MÍDIA

por Marcelo Salles (*)

Poucas vezes uma reportagem a respeito do MST foi tão distorcida quanto a do Jornal Nacional da última quarta-feira (dia 09 de abril). Nos dois minutos e vinte e quatro segundos da matéria, busca-se a criminalização dos camponeses; para tanto, imagens e palavras são cuidadosamente articuladas para transmitir ao telespectador a idéia de que os militantes do movimento são os responsáveis por todo o medo que ronda os paraenses.
Logo na abertura da matéria, o fundo escurecido por trás do apresentador exibe a sombra de três camponeses portando ferramentas de trabalho em posições ameaçadoras, como a destruir a cerca cuidadosamente iluminada pelo departamento de arte da emissora. Quando os militantes aparecem nas imagens, estão montando o acampamento e utilizando folhas de palmeiras - naturalmente já arrancadas das árvores. Quando a matéria corta para ouvir a opinião de um empresário local, ele tem ao fundo exatamente uma folha de palmeira, só que firme no solo - vistosa e viva. O representante da Vale do Rio Doce é o que tem mais tempo para se manifestar, até gagueja e balbucia: "esses movimentos... estão [nos] impedindo de trabalhar". Em nenhum momento os representantes do MST são ouvidos, o que contraria, inclusive, as próprias regras do manual de jornalismo da Globo. Mas quando os interesses comerciais de empresas amigas estão em jogo essas regras são postas de lado.
Outro dado marcante desta reportagem é a descontextualização dos fatos. O telespectador é apenas informado que o MST “ameaça invadir a Estrada de Ferro Carajás, da Companhia Vale”, mas não se explica que esta ação direta tem uma origem: a privatização fraudulenta da empresa que era estatal. A companhia foi leiloada, em 1997, por R$ 3,3 bilhões. Valor semelhante ao lucro líquido da empresa obtido no segundo trimestre de 2005 (R$ 3,5 bi), numa clara demonstração do prejuízo causado ao patrimônio nacional. Desde então, cidadãos e cidadãs vêm promovendo manifestações políticas e ações judiciais que têm por objetivo chamar a atenção da sociedade e sensibilizar as autoridades competentes para anular o processo licitatório. Se há uma diferença brutal entre discordar de uma determinada opinião e omiti-la, este caso torna-se ainda mais grave porque não se trata de uma opinião, e sim de um fato político: a privatização da Vale é questionada na Justiça – e com grandes chances de ser revertida. Ao sonegar esta informação, a Globo comete um crime.
Com a mesmíssima parcialidade age o jornal carioca O Globo. A reportagem publicada no mesmo dia sobre o MST não deixa dúvidas quanto a posição contrária do jornal. A chamada na capa diz: “MST desafia a Justiça e volta a ameaçar a Vale”; o pequeno texto, logo abaixo, aprofunda a toada: “O MST ameaça descumprir ordem judicial e invadir novamente a ferrovia de Carajás, da Vale, no Pará. Moradores da região estão atemorizados, com a cidade cercada por mais de mil militantes do MST, a quem acusam de terrorismo”. A reportagem principal, à página 9, é acompanhada de outra de igual tamanho. Ambas ouvem apenas a versão da mineradora privatizada pelo governo tucano de FHC. Imediatamente abaixo, como a reforçar a visão policialesca, uma fotografia de um homem morto sobre o título: “Em Porto Alegre, um flagrante de homicídio”. Nenhum dos dois veículos (O Globo e JN) registrou o apoio recebido pelo MST por artistas, intelectuais e lideranças partidárias.
Esta falsa preocupação do Globo com a defesa do povo brasileiro não é de agora. O mesmo jornal, que sugere que os militantes do MST são terroristas, há 44 anos agiu da mesma forma quando um golpe de Estado derrubou o presidente constitucional João Goulart. Em texto editorial do dia 2 de abril de 1964, o “Globo” assinalou:
“- Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas (...) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas (...), o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições (...)
Assim como para o “Globo” os inimigos do passado eram aqueles que se insurgiam contra a ditadura que seqüestrou, torturou e matou milhares de brasileiros, hoje os terroristas são aqueles que lutam contra as multinacionais que roubam o patrimônio público, danificam o meio-ambiente e produzem graves problemas sociais. É por isso que ao interromper o fluxo de exportação de uma dessas empresas os militantes do MST acertam em cheio no sistema nervoso do capitalismo. Dotados apenas de enxadas e coragem, os sem-terra enfrentam jagunços armados, policiais e poderosos grupos de comunicação – esse coquetel que tem como objetivo massacrar o povo organizado. Os militantes do MST ensinam ao povo brasileiro: não é uma luta justa, mas é uma luta que pode ser vencida.
Por outro lado, o jornalismo dos Marinhos mais uma vez revelou seu caráter covarde e submisso. Aliou-se aos poderosos e rasgou o juramento profissional da categoria, sobretudo no seguinte trecho: "A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na luta por sua dignidade". Mas não há de ser nada. A História vai se ocupar de reservar a cada qual seu devido lugar.
(*) Marcelo Salles é correspondente da Caros Amigos no Rio de Janeiro e editor do jornal Fazendo Media (www.fazendomedia.com).

sexta-feira, 21 de março de 2008

Sobre a Água

Há quinhentos milhões de anos, a quantidade de água é praticamente constante. 70% da superfície da Terra é coberta de água, sendo 97,6%, salgada e apenas 2,4%, doce. Desta minguada porcentagem, 70% se destina à irrigação, 20% à indústria e somente 10% ao consumo humano. Entretanto, apenas 0,7% dos 10% é imediatamente acessível, o restante está nos aqüíferos profundos, nas calotas polares ou no interior das florestas. A renovação das águas é da ordem de 43.000 km cúbicos por ano descarregados nos rios enquanto o consumo total é estimado em 6.000 km cúbicos por ano. Há muita água mas desigualmente distribuída: 60% se encontra em apenas 9 paises,enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão de pessoas consome 86% da água existente enquanto para 1,4 bilhão é insuficiente e para dois bilhões, não é tratada, o que gera 85% das doenças. O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do Planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Mas é desigualmente distribuída: 70% na região amazônica, 15% no Centro-Oeste, 6% no Sul e no Sudeste e 3% no Nordeste. Apesar da abundância, não sabemos usar a água, pois 46% dela é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e o Norte da Itália. É urgente, portanto, um novo padrão cultural. Dois problemas têm criado o "estresse mundial da água": sua sistemática poluição associada à destruição da biomassa que garante a perpetuidade das águas correntes e a falta generalizada de cuidado no uso da gota d¹água disponível. Ensina Aldo Rebouças: é mais importante saber usar a gota d’água disponível do que ostentar sua abundância. Por ser um bem escasso, nota-se corrida desenfreada à posse privada da água doce. Quem controla a água controla a vida. Quem controla a vida detém o poder. Surge então o dilema:a água é fonte de vida ou fonte de lucro? É um bem natural, vital e insubstituível ou um bem econômico e uma mercadoria? Os que apenas visam lucro, a tratam como mercadoria. Os que pensam a vida, a vêem como um bem essencial a todos os organismos vivos e ao equilíbrio ecológico da Terra. Direito à vida implica direito à água potável gratuita. Mas porque há custos na captação, tratamento, distribuição, uso, reuso e conservação, existe inegável dimensão econômica. Mas esta não deve prevalecer sobre o direito, antes, torná-lo real e garantido para todos. Água doce é mais que recurso hídrico. É vida com todas as suas ressonâncias simbólicas de fecundidade, renascimento e purificação. Isso tem imenso valor mas não tem preço. Se houver cuidado ela será abundante para todos.


Leonardo Boff

Privatização da Liberdade

Zygmunt Bauman põe o dedo na ferida ao denunciar o limite da liberdade na modernidade capitalista: pode-se tudo(embora a maioria não possa quase nada), exceto imaginar um mundo melhor do que este em que vivemos. Quando muito, fica-se no conserto da casa, a reformado telhado, a pintura das paredes, sem que se questionem a própria arquitetura da casa e, muito menos, o modo de convivência dos que a habitam.

Os mais progressistas até admitem que, na reforma, o quarto de empregada seja deslocado do exterior para o interior da casa. Até aqui o limite da lógica capitalista. Além disso, suprime-se a liberdade de quem ousa propor que não haja quarto de empregada nem empregada. No máximo diaristas sindicalizadas e com todos os direitos garantidos por lei. Inclusive o acesso à casa própria.

Segundo Pierre Bourdieu, uns olham a sociedade com olhos cínicos e, outros, com olhos clínicos. Os primeiros julgam inquestionável o atual modelo de sociedade fundado na apropriação privada da riqueza e dele procuram tirar proveito, considerando justo o que reforça seus privilégios e injusto o que os ameaça. Os "clínicos"enxergam um palmo abaixo do chão em que pisamos e reconhecem as intricadas relações sociais que produzem, à superfície, tamanha desigualdade entre os 6,5bilhões de habitantes desta nave espacial chamada Terra.

O neoliberalismo rompeu a ponte entre a esfera pública e a privada. Outrora, uma constelação de instituições assegurava a ampliação e defesa dos direitos sociais: associações, sindicatos, partidos etc. A privacidade, reduto sagrado, só era devassada à medida que se rompia o contrato social: abandono do lar, homicídio etc. Tudo mais ficava entre quatro paredes ou, quando muito, caía em "domínio público" apenas através de mexericos interpessoais.

Agora, o privado absorve o público, graças à teoria thatcheriana de que a sociedade se reduz ao indivíduo e à família. De um lado, privatizam-se instituições como o Estado (refém de seus credores privados) e os sindicatos, confinados à negociação direta entre empregados e empregadores, desarticulando-se categorias profissionais e solidariedade de classe. De outro, o privado transborda e inunda - e imunda -o público, como no Big Brother.

Rompem-se as quatro paredes e promove-se a inversão dos fatores: o "cínico" anula o "clínico", de modo a desistorizar o tempo e atomizar as relações sociais. Mais importante do que conhecer as causas que impedem o Brasil de crescer além de2,3% ao ano (perde apenas para o Haiti em todo o continente americano), é saber se Mick Jagger arrumou nova namorada no Rio ou quem será o novo milionário da casa alvo do voyeurismo nacional.

O tecido das relações sociais se esgarça. Crianças e jovens, que deveriam se enfrentar no jogo educativo da sociabilidade propiciada por turmas de rua, clubes, equipes esportivas etc.,agora se refugiam horas e horas diante do monólogo televisivo ou informativo.Nos espaços virtuais de comunicação internáutica, onde não se expõem aos limites exigidos pelo convívio grupal, aprendem a dissimular. Projetam de si mesmos uma imagem idealizada, fantasiosa, como se a vida se desse, de fato, em dois planos, aquele em que os pés pisam e aquele em que a cabeça "navega". O real e o virtual.

A privatização dos bens simbólicos ("a história acabou", apregoava Fukuyama) sonega às novas gerações o sentido histórico da existência. "Consumo, logo existo", afirmam os neocartesianos. Assim, o projeto de vida se reduz às ambições de consumo(ficar rico), beleza (eternamente jovem) e fama (ainda que por cinco minutos,como predisse Andy Warhol).

Eis a liberdade que nos oferecem, a de escolher diferentes marcas do mesmo produto na gôndola do supermercado ou na vitrine das lojas. Jamais escolher um novo modelo de sociedade em que os privilegiados não precisem se confinar em shopping centers para fugir da turba famélica que agride a paisagem e as pessoas… Um modelo civilizatório que permita, enfim, a adequação de nossa existência à nossa essência. Nas palavras de Fernando Pessoa, "Ah, quem dera a perfeita concordância/De mim comigo,/O silêncio ulterior sem a distância/Entre mim e o que eu digo."

Resgatar o direito político à liberdade, eis o desafio se almejamos que, no futuro, a violência não extrapole do âmbito privado para o público. E imprimir ao exercício coletivo da liberdade um sentido, uma direção, um horizonte capaz de superar a grande antinomia do atual modelo de democracia: em nome da liberdade, a maioria é excluída do direito à justiça.

Frei Betto

sábado, 1 de março de 2008

Sobre Frei Betto

Carlos Alberto Libânio Christo O.P., conhecido como Frei Betto, (Belo Horizonte, 25 de agosto de 1944) é um escritor e religioso dominicano brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Stella Libânio.
Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Além de amigo pessoal de Luís Inácio Lula da Silva e de Leonardo Boff, é padrinho da filha de Chico Buarque e do filho do deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT.
Esteve preso por duas vezes sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias; e entre 1969-1973. Após cumprir 4 anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo STF para 2 anos. Sua experiência na prisão está relatada no livro Batismo de Sangue, traduzido na França e na Itália. O livro descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. O livro foi transposto para o cinema em filme homônimo, lançado em 2006 e dirigido por Helvecio Ratton.
Recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares. Assessorou vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.
Prêmios

Prêmio Juca Pato, 1985, com "Batismo de Sangue".


Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, duas vezes: em 1982, pelo mesmo "Batismo de Sangue" e 2005, com "Típicos Tipos – perfis literários".

Intelectual do Ano, título dado pela União Brasileira de Escritores em 1986, por seu livro "Fidel e a Religião".

Prêmio de Direitos Humanos da Fundação Bruno Kreisky, em Viena, em 1987.

Melhor Obra Infanto-Juvenil, da Associação Paulista de Críticos de Arte, por seu livro "A noite em que Jesus nasceu", em 1988.

Troféu Sucesso Mineiro, em 1996, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

Prêmio Paolo E. Borsellino, na Itália, por seu trabalho em prol dos direitos humanos. Foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, concedido em maio de 1998.

Prêmio CREA/RJ de Meio Ambiente, em 1998, do CREA/RJ.

Medalha Chico Mendes de Resistência, concedida pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro em 1998.

Troféu Paulo Freire de Compromisso Social em 2000.

Medalha da Solidariedade do governo cubano, em 2000.

Uma das 13 Personalidades Cidadania 2005, numa iniciativa da UNESCO, Associação Brasileira de Imprensa e jornal Folha Dirigida.

Medalha do Mérito Dom Helder Câmara do Instituto Cidadão, pelos serviços prestados na preservação e fiscalização da gestão pública moral e legal, em 2006.

Título de Cidadão Honorário de Brasília, em 2007, concedido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Bibliografia

Publicou obras que abrangem diferentes gêneros:
Ficção: Hotel Brasil e Entre todos os homens
Literatura infanto-juvenil: Uala, o amor
Ficção juvenil: Alucinado som de tuba e O vencedor
Ensaios:

A obra do artista - Uma visão holística do universo e Sinfonia universal- a cosmovisão de Teilhard de Chardin

Treze contos diabólicos

Um Angélico

Memórias: Batismo de sangue

domingo, 24 de fevereiro de 2008

SOBRE LEO BUSCAGLIA

Felice Leonardo Buscaglia (31 de março de 1924 -12 de junho de 1998).


Foi professor e escritor ítalo-americano, que ministrou aulas na Universidade do Sul da Califórnia - EUA, tendo sido autor de artigos para o jornal The New York Times sobre assuntos relacionados ao amor e sobre o humano. E também foi idealizador de um curso sobre Amor na própria universidade. "Ao que eu saiba, somos a única escola do país, e talvez no mundo, que tem uma disciplina chamada "Amor, 1 A", e eu o único professor bastante louco a ponto de ensiná-la"''.
Leo Buscaglia foi um dos maiores escritores acerca do Amor dos últimos tempos. Seus livros mudaram a maneira como muitas pessoas viam o Amor, sempre exaltando as idéias de se viver o momento, expressar o amor que se sente por alguém e não criar expectativas. Seu primeiro livro, "Amor", foi publicado em 1972. Seguiu-se, depois de Leo Buscaglia, a onda da "Auto-Ajuda", com diversos autores em vários países, todos copiando e imitando o estilo de Leo, o precursor de tudo isso. Criou, antes de morrer, a ONG Felice, dedicada à ajuda aos carentes em todo o mundo. Por uma estranha coincidência do Destino, faleceu aos 74 anos no dia 12 de junho de 1998 (dia dos namorados no Brasil); de ataque cardíaco enquanto dormia em sua casa no lago Tahoe, California. Esteve uma vez no Brasil, em 1995, onde deu uma série de palestras.
LIVROS
  • AMANDO UNS AOS OUTROS - ISBN: 8501031402 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 208 Formato : 14x21
  • AMOR - ISBN: 8501022586 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 160 Formato : 14x21
  • AMOR DE NATAL - ISBN: 8501037877 Gênero : Infantil e Juvenil - Infantil
  • ASSUMINDO A SUA PERSONALIDADE - ISBN: 8501022594 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 160 Formato : 14x21
  • O CAMINHO DO TOURO - ISBN: 8501037982 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 176 Formato : 14x21
  • OS DEFICIENTES E SEUS PAIS - ISBN: 8501037990 Gênero : Ciências - Educação - Páginas : 416 Formato : 14x21
  • A HISTÓRIA DE UMA FOLHA - ISBN: 8501024260 Gênero : Infantil e Juvenil - Juvenil - Páginas : 32
  • NASCIDO PARA AMAR - ISBN: 850103973X Gênero : Espiritualidade - Páginas : 352 Formato : 14x21
  • PAPAI, MEU AMIGO - ISBN: 8501036196 Gênero : Negócios - Motivação - Páginas : 136 Formato : 14X21
  • O PARAÍSO FICA PERTO - ISBN: 8577010236 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 288 Formato : 14x21
  • O PRESENTE DE TINO - ISBN: 850103410X Gênero : Infantil e Juvenil - Infantil
  • VIVENDO, AMANDO E APRENDENDO - ISBN: 8577011534 Gênero : Espiritualidade - Páginas : 288 Formato : 14x21

LINKS IMPORTANTES

Fonte: Wikipedia (http://pt.wikipedia.org)